O empirismo – argumento na redação


Em minhas aulas de português, ao construir a coletânea que os alunos usarão na construção da dissertação, sempre escolho textos de diferentes áreas do conhecimento. Isso passa certamente pela Filosofia porque muitos são os pensadores que contribuíram para o conhecimento humano. Veja o texto abaixo que pode ajudar na construção do texto dissertativo que poderá garantir sua aprovação no vestibular.

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O empirismo

Em reação ao racionalismo cartesiano, principalmente à teoria das ideias inatas, John Locke escreve, em 1690, o Ensaio sobre o entendimento humano, no qual defende que todas as ideias têm origem na experiência sensível. É a partir dos dados da experiência que, por abstração, o entendimento, ou intelecto, produz ideias. A razão humana é vista como uma folha em branco sobre a qual os objetos vão deixar sua impressão sensível que será elaborada, através de certos procedimentos mentais, em ideias particulares e ideias gerais.
Entretanto, o mecanismo íntimo do real ultrapassa os limites de toda experiência possível, isto é, podemos observar os fenômenos, mas não suas causas ou suas relações.
Para Locke, todas as nossas ideias provêm de duas fontes: a sensação e a reflexão. A sensação apreende impressões vindas do mundo externo. A reflexão é o ato pelo qual o espírito conhece suas próprias operações.
As ideias podem ser simples e complexas. As ideias simples são aquelas que se impõem à consciência na experiência sensível e são irredutíveis à análise. Ao correlacionar ideias simples, o espírito constitui as ideias complexas.
David Hume, filósofo escocês, leva mais adiante o empirismo de Locke, afirmando que as relações são exteriores aos seus termos. Explicando, as relações não são observáveis, portanto não estão nos objetos. Elas são modos que a natureza humana tem de passar de um termo a outro, de uma ideia particular a outra. E esses modos são fruto do hábito ou da crença.
Por exemplo, tendo observado a água ferver a 100 graus, podemos dizer que toda água sempre ferve a 100 graus. Ou, vendo o sol nascer todos os dias, assumimos que amanhã também nascerá. O que observamos, no entanto, é uma sequência de eventos, sem nexo causal. O que nos faz ultrapassar o dado e afirmar mais do que pode ser alcançado pela experiência é o hábito criado através da observação de casos semelhantes, a partir do que imaginamos que este caso se comporte da mesma forma que os outros.
Assim, a única base para as ideias ditas gerais é a crença, que, do ponto de vista do entendimento, faz uma extensão ilegítima do conceito.


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